quarta-feira, 30 de julho de 2008

Carta Aberta aos Professores (e alunos)

Senhores professores,
Senhores alunos,

Supondo que o móvel daqueles que ensinam e dos que querem aprender, no ambiente de uma universidade, esteja calcado numa relação sincera e ética para com este objetivo, entendemos adequado e oportuno dirigirmos a vocês as nossas interpelações sobre as práticas adotadas no ensino da disciplina de Psicopatologia, que tem como modalidade a apresentação do enfermo, ou a chamada entrevista psicopatológica, a qual pressupõe a utilização dos pacientes selecionados entre internos em hospitais psiquiátricos, que são submetidos ao escrutínio do professor, diante de um grupo de aprendizes, para o assinalamento dos sintomas e dos quadros psicopatológicos.


Não faz mal lembrar a todos que hoje se encontra sobejamente documentada e disponível uma vigorosa produção bibliográfica de natureza histórica, profundamente reveladora das opressivas condições sociais possibilitadoras da produção dos saberes e práticas médico-psicológicas acerca da loucura. De tal produção fica patente, sem pretender julgar moralmente o passado, que estes saberes e práticas, ainda que produzidos pormotivações supostamente humanitárias, foram constituídos num regime de poder e opressão, segregador e silenciador da loucura, com forte compromisso com a ordem social, em detrimento ao respeito aos direitos e à dignidade dos supostos beneficiários do seu desenvolvimento. Marcada pelo signo da violência, que converteu uma parcela da humanidade em meros objetos de interesse científico, desqualificando sistematicamente todas as palavras e atos deste grupo, a produção do discurso psicopatológico como a verdade positiva sobre a sua experiência é tributária das condições institucionais do seu encarceramento manicomial, sempre justificado como necessário à boa ordem social e ao bom desenvolvimento da ciência.

Cumpre assinalar que a condenável prática de apresentação do enfermo está a priori baseada numa relação desrespeitosa com a dignidade dos sujeitos. Nesta circunstância, estes são expostos à mera curiosidade acadêmica, numa desigual e assimétrica relação de poder social, sem considerar os seus direitos à intimidade e à privacidade, servindo a interesses que não lhe beneficiam pessoalmente de qualquer modo, já que tais apresentações não se inserem em nenhuma de suas necessidades terapêuticas.

A formação que tem sido possibilitada por meio deste tipo de prática, além de questionável desde o ponto de vista ético e igualmente pedagógico - por insuficiente e infrutífera para a aprendizagem dos estudantes - encontra-se na contra-mão da política oficial da Saúde Mental do país, não respondendo às exigências da formação de recursos humanos adequados às necessidades da Reforma Psiquiátrica Brasileira.

E, neste contexto, o que é mais grave: a sua manutenção atenta frontalmente contra vários dispositivos legais, tais como o Artigo 5°, incisos III e X da Constituição Federal; o Artigo 2°, incisos II , III e VIII, e o Artigo 11° da Lei Federal 10216/2001, que dispõe sobre a proteção e os direitos dos portadores de transtornos mentais , além de agredir também a vários aspectos do que está disposto nos Princípios para a Proteção de Pessoas Acometidas de Transtorno Mental, da Organização das Nações Unidas - ONU, de 1991, e a vários dos princípios consignados na Carta de Direitos dos Usuários e Familiares de Serviços de Saúde Mental, de dezembro de 1993, além de contrariar também os aspectos previstos nas Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas envolvendo Seres Humanos estabelecidas pela Portaria n° 196/96, do Conselho Nacional de Saúde.
A utilização do espaço dos anacrônicos hospitais psiquiátricos como campo de prática para a formação de profissionais de Saúde Mental não mais se justifica. Frutos do empenho de vários setores da sociedade brasileira, já existem hoje no Brasil mais de 600 unidades públicas oficiais que oferecem atendimento psicossocial aos portadores de transtorno mental. Estes estabelecimentos, que têm como pilar fundamental o dever de promover a cidadania dos seus usuários, a ampliação de sua autonomia e o compromisso de contribuir decisivamente para a sua inserção social, colocam-se como o espaço privilegiado para as práticas docentes assistenciais.

Nestes serviços substitutivos, CAPS (Centros de Atenção Psicossocial), Hospitais-dia, Moradiasprotegidas, Centros de Convivência, são amplas as possibilidades de práticas de ensino e produção de conhecimento sobre as dinâmicas subjetivas dos sujeitos ali atendidos, inclusive acerca dos aspectos vinculados às suas expressões sintomáticas.

Entretanto, o acesso a tais expressões fica condicionado a que as estas não sejam tomadas como meras expressões bizarras do funcionamento psíquico do usuário, mas sim como uma ponte para a produção dos sentidos e significados organizadores de sua experiência vivida.

Nestes ambientes, certamente não serão tolerados os modos ligeiros dos contactos superficiais, utilitários e descompromissados com os sujeitos, tal como se caracteriza a prática de "apresentação do enfermo" que ocorre nos manicômios atualmente. Em compensação, os vínculos estabelecidos pelos professores e estudantes, com os serviços e suas clientelas, excederão em muito na qualidade, no entendimento e na compreensão da dinâmica da experiência destes sujeitos em seus variados modos de expressão.
Aos estudantes, conclamamos que se rebelem contra o comodismo conservador dos mestres que insistem nesta tradição decadente e oferecem apenas uma versão caricata, institucionalmente deformada, das experiências do sofrimento humano de pessoas assim reduzidas à condição de meras cobaias para uma aprendizagem acadêmica.

Rebelem-se! Não aceitem que, por injunções burocráticas, o ensino da Psicopatologia possa estar descolado das demais aprendizagens fundamentais que possibilitam a convivência e o manejo adequado das relações terapêuticas em beneficio dos sujeitos atendidos. Não aceitem o afrouxamento da Ética em prol do pragmatismo burocrático daqueles que têm a responsabilidade de organizar as condições dignas do ensino-aprendizagem.

Estimamos que vocês, na condição de profissionais futuros, mobilizem-se e reivindiquem das suas Faculdades e dos seus professores
urgente estabelecimento das condições adequadas para a
qualidade de um verdadeiro processo de formação.

Núcleo de Estudos pela Superação dos Manicômios/Bahia
Rede Nacional Internúcleos da Luta Antimanicomial
Associação Brasileira de Ensino de Psicologia
Conselho Federal de Psicologia

(Texto disponível para download no www.pol.org.br)

CAPS: sim, não, talvez...

Vai rolar!
Tendo em vista as dicussões na lista do DIAPSI foi combinado então uma roda de conversa (informal) entre os estudantes com a proposta de discutir reforma psiquiátrica, caps, o papel das disciplinas da universidade neste contexto e o que mais rolar.
Lembrando que foi lançada numa aula de Psicopatologia para o 5° período com base em um texto chamado "Carta aberta enviado aos professores e alunos" que está aí logo em cima.
Marcado então para a QUARTA, DIA 06 DE AGOSTO, AS 18H30M, NA SALA DE AULA DO MESTRADO DE PSICOLOGIA (DID-II, 1ºANDAR - SUBIU AS ESCADAS VIRA A DIREITA, ULTIMA SALA DO CORREDOR).


Apareçam =)

terça-feira, 29 de julho de 2008

IV EREP NORTE/NORDESTE


IV Encontro Regional de Estudantes de Psicologia do Norte e Nordeste

'Psicologia e Meio Ambiente: Nossas Faces Sócio-Culturais'

Onde: Porto Velho - RO
Quando: de 16 a 19 de outubro de 2008
Objetivo: Fomentar a troca de conhecimentos acerca da inter-relação Pessoa e Ambiente, observando como o indivíduo percebe, avalia e age frente ao ambiente que convive e como este ambiente, por sua vez, modifica e influencia as condutas humanas.

Inscrições e informações no site:

http://erepnne.cjb.net/ro2008/index.php?option=com_frontpage&Itemid=1

quinta-feira, 24 de julho de 2008

óia,
não sei se todos estão acompanhando, mas na lista dos estudantes do curso tá um fuzuê sobre uma tematica q já considero até um pouco velha...
é sobre o olhar psicopatológico que a matéria psicopatologia geral faz a todos os estudantes irem visitar lugares onde há pessoas com transtornos e acabam reduzindo pessoas à doenças...
dai, o intuito desse post é ver o interesse de quem estaria afim de participar de uma roda de conversa (ao vivo) que já foi proposta na lista dos estudantes, pra se conversarem sobre essas impressoes sobre o campo... a principio não pensamos na ideia de chamar professores... q axo até de suma importancia q eles participem... mas tb axo interessante essa proposta de discussão entre os estudantes, a fim de unir veteranos com calouros e tbm já formados como alunos do mestrados e etc... e no caso axo q a presença do professor um pouco intimidante de principio.... mas não descartaria... e tb seria outro assunto a ser discutido...
e ai? quem topa participar?
seria bom q quem tem interesse e pode, colocasse os horarios disponíveis (de preferencia q não fosse durante o turno de aulas da ufs, pra q os outros alunos tb pudessem participar)
já tem uma proposta q seja daki a 15 dias +/- (dia 7 talvez) pra não esfriar tanto a discussão.. mas axo q o quanto antes melhor...

comentem ai... :P

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Os picaretas versão completa

Repassando a propaganda de Marcel ;)




o dia é 01 de agosto às 20:00 no TEATRO TOBIAS BARRETO.

A história se passa na época da mafia antiga, quando dois amigos recebem do seu chefe o trabalho de sequestrar uma condessa.
Eis que por motivos idiotas eles trocam o endereço e acabam por ir a casa de uma manicure, que possui o mesmo nome da condessa: Violeta. Apartir dai, é só risada com eles tentando consertar as burradas que cometem, tentando salvar a vida.


São dois espetáculos em um, condensados, que dá 1:30 de muito divertimento.

O ingresso fica R$ 5,00 a meia antecipado e R$ 10,00 a inteira. Na hora a inteira é R$ 15,00.



Vejo vc e todos os outros lá.

terça-feira, 22 de julho de 2008

Um Final de Semana By Bike

O Ciclo Urbano convida você para participar de sua programação ativista em nossa cidade, reenvindicando e esclarescendo para a população os beneficios dos transportes sustentáveis nas cidades.

Serão 3 atividades, gratuitas..

Bicicletada (sexta-feira):
Passeio noturno para celebração dos transportes não motorizados às 18h na rua da frente X augusto maynard com saída às 19:30 ao mirante da 13 de Julho com parada rápida e saída às 20h com pedal lúdico educativo pela cidade.

Vaga-Viva (sábado):
Transformaremos a vaga de estacionamento de um carro em um espaco verde, de lazer e de convivencia humana. Na rua Itabaiana das 8 às 14h próximo ao predio central dos correios.

Passeio Historico (domingo):
Nos encontraremos na 13 de julho às 14:30 com saída às 15h destino ao parque da cidade, colina do Sto Antonio e bairro industrial.

para mais informações acesse:
http://blogciclourbano.blogspot.com/
MRL - Movimento Resistência e Luta
Discussão
DEMOCRACIA NA UFS
sábado 26/07/08 às 15h
Parque da Sementeira

I Encontro de Estágio em Psicologia Organizacional

Convidamos a todos os alunos de Psicologia para o I Encontro de Psicologia
Organizacional da UFS, a ser realizado no dia 30 de julho.
Palestras com as psicólogas supervisoras de estágio:
- Licínia Santos Ferreira Biegler (CORREIOS) - 9:00h
- Aracaeli de Andrade Matos (NORCON) - 14:00h

Local: Didática V - Sala 112
Coordenação: Prof. Dr. Rivaldo Sávio de Jesus Lima
(ENTRADA FRANCA)

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Lista de sugestões de matérias optativas para Psicologia

3° período

Disciplinas:

Psicoterapia comportamental: 11 votos

Comportamento verbal: 10 votos

Teorias e técnicas psicanalíticas: 8 votos

Transcultural: 5 votos

Psi. escolar e problemas na aprendizagem: 4 votos

Aspectos psicossomáticos do comp.: 3 votos

Temáticas sugeridas:

- Psicologia jurídica/forense

- Psicologia da religião

- Psicologia da arte

- Psicologia analítica

- A formação em psicologia

5° período

Disciplinas:

Psi e instituição de saúde mental: 14 votos

Psicologia do envelhecimento: 9 votos

Psi do excepcional: 9 votos

Ludoterapia: 9 votos

Psicodiagnóstico infantil: 5 votos

Aquisição e desenv. Da linguagem: 3 votos

Temáticas sugeridas:

- Psi da arte (tópicos especiais): 8 votos

- Psi forense: 6 voto

- Epistemologia em Ciências humanas: 5 votos

7° período

Disciplinas:

Psicologia do Envelhecimento (na tentativa de cobrir uma lacuna existente na disciplina de desenvolvimento II. Aspectos a serem abordados: psicológicos, biológicos, sociais): 11 votos

Gestalt-terapia: 8 votos

Tópicos especiais em Psicopatologia (constituição das teorias referentes ao psicopatológico): 8 votos

Psicologia do excepcional (Aspectos a serem abordados: biológicos, psicológicos, sociais e trabalho do psicólogo): 7 votos.

Psicologia e Direitos Humanos: 6 votos

Psicologia e Comunidade (Extensão da psicologia social III e trabalho do psicólogo): 5 votos.

Psicodrama: 4 votos

Temáticas sugeridas:

- Psicologia jurídica (atuação do psicólogo; definição do campo): 13 votos

- Relação das ciências psicológicas com a cultura: 6 votos

- Psicologia cognitiva (ciências cognitivas): 5 votos

- Epistemologia das ciências psicológicas: 5 votos

- Análise institucional (aprofundamento): 3 votos

- Psicologia do esporte: 2 votos

- A formação em psicologia (novos imperativos do ensino superior; constituição da formação em psicologia – modelos vigentes): 2 votos

9° período

Disciplinas:

Psicologia, História e Cinema (Kleber): 8 votos

Psi. Direitos humanos (Manoel): 6 votos

Psi. hospitalar: 2 votos

Tópicos especiais em clinica (Daniel): 1 voto

Temáticas sugeridas:

- Psi. jurídica: 5 votos

- Psi. da arte: 2 votos

Disciplinas em comum nas turmas:

Psicologia do envelhecimento: 5° e 7° períodos

Psicologia do Excepcional: 5° e 7° períodos

Psicologia e Direitos Humanos: 7° e 9° períodos

Sugestões temáticas em comum nas turmas:

Psicologia jurídica/forense: todas as turmas

Psicologia da arte: todas as turmas

A formação em psicologia: 3° e 7° períodos

Observação: algumas disciplinas, como Esquizoanálise e Psicologia e instituição de saúde mental, foi muito falada entre a turma do 3° período, mas não votada porque sabemos que só é possível nos últimos períodos. Assim como, sugestões particulares de outros alunos. Logo, essa votação expressa somente em parte a demanda de disciplinas dos alunos.

O Cineclube Sanatório exibe Pornochanchada

O Cineclube Sanatório exibe Pornochanchada

Local: Núcleo de Produção Digital Orlando Vieira, rua Lagarto 2161, quinzenalmente aos sábados, às 20 horas. ENTRADA FRANCA.


26/07 - Soberano - 2005. Dir. Kiko Mollica e Ana Paula Orlandi / Histórias que nossas babás não contavam - 1978. Dir. Osvaldo de Oliveira

09/08 - Boca Aberta - 1984. Dir. Rubens Xavier / O Bem dotado homem de Itu - 1978. Dir. José Miziara

23/08 - O Galante Rei da Boca – 2003. Dir. Alessandro Gama e Luís Rocha

06/09- Candeias da Boca para fora – 2002. Dir. Celso Gonçalves / Bacalhau – 1976. Dir. Adriano Stuart

20/09Nos tempos da vaselina – 1979. Dir. José Miziara

04/10 - Rio Babilônia – 1982. Dir. Neville de Almeida

18/10 - Os bons tempos voltaram, vamos gozar outra vez - 1984. Dir. John Herbert e Ivan Cardoso

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Violão, política clássica e a idiotice...

É engraçado quando, por alguma eventualidade, descobrem que sei tocar violão! Tratam logo de arrumar algum instrumento de 6 cordas para que eu possa brindá-los com alguma melodia. Mas o que se sucede nos momentos seguintes é de uma comicidade trágica que só os marginais e excêntricos d´uma circunferência qualquer poderiam experimentar. Imaginem a seguinte situação...

Lual! Fogueira acesa. Conversas regadas à base de vinho. E o violonista sem aproveitar muita coisa, visto que forçam o coitado a tocar uma música após outra. O dito cujo, então, olha pra mim e profere: "Ah, mas ele sabe tocar, também!!!" Todos os olhares voltam-se contra mim e, coagido, sinto-me impelido a dedilhar alguma coisa. Penso em meu não muito vasto repertório e começo a tocar algo de meu agrado... Interpreto, então, O Rondó Opus 241 de Carulli, o Capricho de M. Giuliani ou então a caliente Malagueña, do espanholíssimo Tárrega. Assim que termino a execução da música, levanto o rosto e vislumbro expressões faciais que habitam algum novo lugar entre o pathos e o lógos, revelando o sentimento de apatia e incompreensão que se instalou naquele momento. Então, depois de assobios e desvios de olhares, como que pra amenizar o clima, alguém pronuncia: "Sabe alguma do Legião Urbana!?!?"...

Deixem a historinha de molho e vamos visitar os helenos clássicos, agora. Platão, em toda a sua ociosidade criativa, foi o primeiro pensador a deixar uma vasta obra escrita (mais de 60!!!...). Entre elas, encontramos A República, um projeto utópico no qual a sociedade é governada por Magistrados filósofos. Encontramos nela, também, os Guerreiros, espécie de mantenedores da ordem (polícia moral? Hum...). E, finalmente, os Artífices, trabalhadores que sustentam todo o Estado com suas produções (de agricultores a médicos, passando por artesãos, músicos, caçadores - enfim - o pessoal que trabalha de verdade...)! Somos tentados a ver estas classes sociais organizadas numa hierarquia, onde os bons, belos e justos Magistrados mandam. Simples assim... Nada mais distante da Politéia Platônica, entretanto! Não há hierarquias (embora o próprio Platão - adepto da mentira pedagógica - afirme que assim o é...). Há, tão somente, cada um cumprindo o seu próprio papel. Cada um dando o melhor de si mesmo, fazendo o máximo de si mesmo, realizando totalmente a si mesmo...

Ainda na Grécia, damos um pulinho na escola ao lado. Aristóteles, ao contrário de seu mestre Platão, não era muito dado a idealizações e frescuras afins. Considerado o pai da Lógica formal e o primeiro cientista na concepção capital-moderna do termo (perdoem-me o anacronismo...), era um homem de atividade. Se em Platão, encontramos um excesso de theoria (visão, contemplação), em Aristóteles vemos a práxis (ação, prática) personificada. Observamos tal pragmatismo, por exemplo, em sua obra Política, na qual separa a ética (de caráter individual e psicológico) da política (social, comunitária). O homem, dotado de lógos (verbo, palavra), é um animal comunicativo, grupal, e só se desenvolve quando inserido numa pólis. É na presença do outro que o homem pode atualizar as suas potencialidades! Ser aquilo que já se é! Interessante como o conceito greco-latino idiota aplica-se muito bem, aqui. Idiota é todo aquele que se exclui da atividade política. Idiota é todo aquele que não se torna a si mesmo, pelo outro.

Vemos, tanto no almofadinha Platão quanto no menino-malino Aristóteles, a mesma idéia de "ser a si mesmo para o bem do outro"! Sistemas filosóficos antagônicos, mas que acabam convergindo para um mesmo ponto. Tanto a transcendência das idéias quanto a imanência da potência nos dizem: "Seja você mesmo! Mas seja você mesmo para o outro!".

"Tá! E Daí!? Onde você quer chegar" Vocês me perguntam... Bem, devolvo uma outra pergunta aos senhores: "É correto impôrmos uma forma de fazer política aos neófitos, sendo que cada um deles possui uma ética própria, uma idéia particular, uma potência individual pronta pra ser atualizada? Seria correto chamarmos "idiota" todo aquele que se negue a fazer comum unidade conosco, só porque ele pensa e atua no mundo de forma diversa da imposta? Não seria ele mais "idiota" se deixasse de ser ele mesmo, deixando, assim, de cumprir seu papel individual na "pólis"?"


Deixemos que toquem violão como quiserem! Com o tempo, eles perceberão que não é sábio isolar-se... Mas é muito menos sábio agrupar-se apenas por se agrupar! Com o tempo, eles tocarão novas melodias, mas ainda embaladas pelo antigo sabor que ressoava em suas cordas! Podemos, sim, ensinar os violonistas a tocar o "Legião". Mas - de forma alguma! - podemos inibí-los quanto ao que eles realmente PODEM e QUEREM tocar. Sejamos egoistas sabiamente...

terça-feira, 8 de julho de 2008

Eu conSumo, Tu onSomes, Ele nSome, Nós Sumimos, plim...


Tira: http://www.fotolog.com/peidei_rs/
Texto: http://www.priberam.pt/DLPO/

con.su.mir. | v. tr. | v. refl.

do Lat. consumere

v. tr.,
fazer desaparecer pelo uso ou gasto, gastar;
destruir, desfazer;
absorver;
corroer;
fig.,
importunar, mortificar, afligir;
v. refl.,
gastar-se;
ralar-se;
afligir-se.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Campanha Contra Redução da Maioridade Penal

Com intensa mobilização contra a redução da maioridade penal no Brasil, diversas entidades que compõem o Fórum de Entidades da Psicologia Brasileira, o FENPB, lançam neste mês a campanha “Entidades da Psicologia em campanha contra a redução da maioridade penal!”. Resgatando o pensamento do sociólogo falecido em 1997, Herbert de Souza, o Betinho, do Instituto Ibase – “Se não vejo na criança, uma criança, é porque alguém a violentou antes; e o que vejo é o que sobrou de tudo o que lhe foi tirado” – as entidades deflagraram a campanha contra a redução da maioridade penal.

Assinam a campanha contra a redução da maioridade de penal as seguintes entidades da Psicologia brasileira:

Associação Brasileira de Ensino de Psicologia – ABEP
Associação Brasileira de Orientação Profissional – ABOP
Associação Brasileira de Psicoterapia e Medicina Comportamental – ABPMC
Associação Brasileira de Psicologia Política – ABPP
Associação Brasileira de Neuropsicologia – ABRANEP
Associação Brasileira de Psicoterapia – ABRAP
Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional – ABRAPEE
Associação Brasileira de Psicologia do Esporte – ABRAPESP
Associação Brasileira de Psicologia Social – ABRAPSO
Associação Brasileira de Pesquisa e Pós-graduação em Psicologia – ANPEPP
Conselho Federal de Psicologia – CFP
Coordenação Nacional dos Estudantes de Psicologia – CONEP
Federação Nacional dos Psicólogos – FENAPSI
Instituto Brasileiro de Avaliação Psicológica – IBAP
Sociedade Brasileira de Psicologia do Desenvolvimento – SBPD
Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar – SBPH
Sociedade Brasileira de Psicologia Organizacional e do Trabalho – SBPOT
Sociedade Brasileira de Psicologia e Acupuntura – SOBRAPA

Conheça as 10 razões da Psicologia contra a redução da maioridade penal:

1. A adolescência é uma das fases do desenvolvimento dos indivíduos e, por ser um período de grandes transformações, deve ser pensada pela perspectiva educativa. O desafio da sociedade é educar seus jovens, permitindo um desenvolvimento adequado tanto do ponto de vista emocional e social quanto físico;
2. É urgente garantir o tempo social de infância e juventude, com escola de qualidade, visando condições aos jovens para o exercício e vivência de cidadania, que permitirão a construção dos papéis sociais para a constituição da própria sociedade;
3. A adolescência é momento de passagem da infância para a vida adulta. A inserção do jovem no mundo adulto prevê, em nossa sociedade, ações que assegurem este ingresso, de modo a oferecer – lhe as condições sociais e legais, bem como as capacidades educacionais e emocionais necessárias. É preciso garantir essas condições para todos os adolescentes;
4. A adolescência é momento importante na construção de um projeto de vida adulta. Toda atuação da sociedade voltada para esta fase deve ser guiada pela perspectiva de orientação. Um projeto de vida não se constrói com segregação e, sim, pela orientação escolar e profissional ao longo da vida no sistema de educação e trabalho;
5. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) propõe responsabilização do adolescente que comete ato infracional com aplicação de medidas socioeducativas. O ECA não propõe impunidade. É adequado, do ponto de vista da Psicologia, uma sociedade buscar corrigir a conduta dos seus cidadãos a partir de uma perspectiva educacional, principalmente em se tratando de adolescentes;
6. O critério de fixação da maioridade penal é social, cultural e político, sendo expressão da forma como uma sociedade lida com os conflitos e questões que caracterizam a juventude; implica a eleição de uma lógica que pode ser repressiva ou educativa. Os psicólogos sabem que a repressão não é uma forma adequada de conduta para a constituição de sujeitos sadios. Reduzir a idade penal reduz a igualdade social e não a violência - ameaça, não previne, e punição não corrige;
7. As decisões da sociedade, em todos os âmbitos, não devem jamais desviar a atenção, daqueles que nela vivem, das causas reais de seus problemas. Uma das causas da violência está na imensa desigualdade social e, conseqüentemente, nas péssimas condições de vida a que estão submetidos alguns cidadãos. O debate sobre a redução da maioridade penal é um recorte dos problemas sociais brasileiros que reduz e simplifica a questão;
8. A violência não é solucionada pela culpabilização e pela punição, antes pela ação nas instâncias psíquicas, sociais, políticas e econômicas que a produzem. Agir punindo e sem se preocupar em revelar os mecanismos produtores e mantenedores de violência tem como um de seus efeitos principais aumentar a violência;
9. Reduzir a maioridade penal é tratar o efeito, não a causa. É encarcerar mais cedo a população pobre jovem, apostando que ela não tem outro destino ou possibilidade;
10. Reduzir a maioridade penal isenta o Estado do compromisso com a construção de políticas educativas e de atenção para com a juventude. Nossa posição é de reforço a políticas públicas que tenham uma adolescência sadia como meta.

LINK da reportagem: http://www.pol.org.br/noticias/materia.cfm?id=821&materia=1225

e se puderem envie esse manifesto aos senadores! (isso se corcordarem...)

tem lá um link em vermelho p isso! é rápido! ;)

Inclusão da psicologia no Ensino Médio

1.1 Fonte http://www.pol.org.br/main/index.cfm
1.2 - 8 Razões para psicologia ingressar no ensino médio

1)A Psicologia, enquanto ciência, apresenta um conjunto de teorias e estudos contemporâneos voltados para uma formação humanizadora do jovem.
2)Os estudos da Psicologia permitem uma relevante leitura das relações sociais e culturais na constituição dos sujeitos sociais.
3)A Psicologia possibilita que o jovem compreenda os fatores constitutivos da subjetividade humana, do desenvolvimento da personalidade, da vida comunitária e das novas organizações familiares.
4)A Psicologia tem contribuições específicas a dar como disciplina ao discutir temas como direitos humanos, humilhação social, preconceitos, processos de desenvolvimento e da aprendizagem.
5)A Psicologia utiliza-se de metodologias interativas e compreensivas de maneira a permitir que os conteúdos tenham sentido e significado para o aluno que deles se apropria.
6)A Psicologia possibilita o uso de estratégias de aprendizagem e de auto-monitoramento do estudo cujo objetivo é o desenvolvimento de autonomia e da aprendizagem auto-regulada.
7)O número de professores licenciados no Brasil, habilitados para ministrar a Psicologia, é suficiente para atender à demanda das escolas de Ensino Médio do País.
8)A Psicologia contribui de forma direta para a concretização dos objetivos do ensino médio estabelecidos pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional-LDB favorecendo a construção de sujeitos autônomos e democráticos.

1.3 - Projetos de Leis

PL 1641/2003 Autor: Dep. José de Ribamar Costa Alves - PSB/MA.
Ementa: Altera dispositivos do art. 36 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional.

PLC 004/2008Relator: Senador Valter Pereira - PMDB/MS.PL 6642/2006Apensados: PL 105/2007 e

PL 2240/2007.Autor: Senado Federal – Álvaro Dias – PSDB/PR.Relator: CEC – Ângelo Vanhoni – PT/PR.



comentários pró e contra por favor.....

EIV Nordeste

Ontem na reunião o Alexis, de Direito, e que também faz parte da organização do EIV foi lá pra dar uma explicaçãozinha do que é isso.
O EIV Nordeste é um Estágio Interdisciplinar de Vivências que anda se mutiplicando por todo o país e assumiu um caráter regional.
Bom, consiste "construir um espaço de capacitação que possua um caráter de mútuo intercâmbio político e profissional entre a Universidade, órgãos públicos, as famílias assentadas e os Movimentos Sociais de Luta pela Terra que contribua para o avanço na construção de um novo modelo de sociedade".
E pelo o que Alexis disse é assim: forma-se o grupão em que há uma preparação inicial, depois as pessoas são remanejadas em grupos de 5 ou 6 para algum assentamento e passa um período de tempo morando com as famílias de lá, em seguida junta-se novamente o grupão pra todos poderem passar para os outros o que aprenderam o com que se depararam.
Será no período de 28 de agosto a 14 de setembro. Tem somente 50 vagas e a prioridade são para estudantes de Sergipe. É gratuito.
Sobre toda a história desse Estágio é melhor vocês darem uma passadinha no blog:
http://www.eivnordeste.blogspot.com/

Qualquer informação a mais de quem queira participar pode entrar em contato com CASS (serviço social), agronomia, engenharia florestal e MRL.
O e-mail é esse aqui: eivnordeste@gmail.com


terça-feira, 1 de julho de 2008

Festas do Esquisito

Bom, tá rolando aí boca a boca que o DIAPSI vai fazer uma festa no final de agosto, lá pro dia 28 ou 29, e é verdade ein!
Como os calouritos não tiveram calourada, estamos mobilizando essa festa temática aí.
Muito simples: todos têm que ir vestidos muito estranhos pra essa festa. Um cabelo bagunçado, colorido, de batman, salto alto, mendigo, madona e o diabo a quatro.
O que importa é ir esquisito. Usem imaginação!
Será numa casa bem a carácter também. Lá na passarela do carangueijo, atrás do Amanda. Depois os mapinhas começarão a rolar ;)
A festa é aberta a todo mundo que exista, ou não. Só afirmando porque já perguntaram hoje sobre isso...

Por enquanto é isso. Estamos convocando todos os calouros e todos os veteranos a participarem da organização e dar pitaco sobre a festa. Queremos sugestões.

Já tem gente vendendo rifa aí pra arrecadar dinheiro pra fazer a festa.
Não seja pão-duro que é só 1 real e tem que ajudar, ein?




Ah! Não esquecendo...
As reuniões rolam às quartas 13 na sala do DIAPSI.
Uma das pautas é a festa do esquisito.
Quem quiser rifa só pedir a mim, Mairla.
Quem tiver alguma idéia aparece na reunião que será bem vindo ;)